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Meditação para atenção e ansiedade


Mindfulness é uma técnica de meditação criada pelo médico e professor da Universidade de Massachusetts, EUA, Jon Kabat-Zinn. Trata-se de um exercício capaz de melhorar nossa atenção e nossa concentração e reduzir o stress. Seu diferencial, em relação a outras técnicas meditativas, é a simplicidade de aplicá-la. Tem como base a respiração, a atenção focada no presente momento, sem julgamentos, e a consciência corporal. Seus resultados são surpreendentes também para ansiedade e depressão – consegue reduzir em 44% as recaídas entre os depressivos e apresenta eficácia comparada à psicoterapia e ao uso de medicamentos. Combinada ao coaching, para melhorar certos aspectos na qualidade de vida, pode trazer inúmeros benefícios.

No Brasil, quem vem divulgando o mindfullness, por meio de seu livro Viver Agora: Um revolucionário programa de combate ao estresse (editora Alaúde, 2011), é Sarah Silverton, terapeuta ocupacional e pesquisadora clínica da Universidade de Bankor (Reino Unido). É discípula de Zinn, que prefaciou sua obra. No texto em português, o termo mindfulness foi traduzido como “atenção plena”, aguçando nossa reflexão por se contrapor a um momento frenético em que vivemos, sobre o qual Sarah nos comenta, com exclusividade. Mudança de estilo “A meu ver, o mindfulness oferece à maioria de nós exatamente o que precisamos para nos apoiar na gestão de uma ampla gama de dificuldades na vida. Claro, não é a abordagem correta para todos e, para algumas pessoas, considerando sua experiência, pode ser um desafio. Mas mindfulness também pode ser praticado em combinação com outras abordagens”, inicia a especialista, falando sobre a eficácia da técnica e as razões para sua aplicação.

O momento atual faz surgir, segundo a especialista, a necessidade desse auxílio. “Hoje, a vida é muito estressante por várias razões, mas, creio eu, especialmente porque tentamos conciliar tantas tarefas diferentes. Espera-se que sejamos multitarefa, que isso seja normal em nossa vida. E há pressão para fazermos mais, alcançarmos mais. Muitas vezes somos sobrecarregados sensorialmente pelo nosso acesso fácil aos meios de comunicação, como e-mails, canais de televisão, jogos de computador etc. Nós não costumamos descansar ou ficar livres de 'ruídos' no cotidiano, e temos o hábito de mudar a nossa atenção de uma tarefa para outra, repetidamente, ou tentar reter um monte de informações em nosso foco no momento, ao invés de permanecer em uma coisa de cada vez. Muito diferente de como era há apenas alguns anos atrás, eu acho.”

Os benefícios da técnica, segundo Sarah, não estão apenas no aprendizado sobre essas questões. “A atenção plena também ensina autocompaixão, ajuda a reconhecer aspectos positivos de nós mesmos e de nossas experiências e a tomar decisões que nos deixem mais à vontade; ensina a cuidar bem de nós mesmos.” O mindfullness seria um passo em direção a uma mudança de estilo de vida, um caminho a seguir diante de um momento que não favorece o foco no presente nem a perspectiva de um futuro melhor. “Nosso estilo de vida nos encoraja a estarmos insatisfeitos com o que temos e o que somos, nos empurrando para lutar sempre por algo diferente ou melhor. Estamos muito focados no que está errado ou 'insuficientemente bom', em vez de no que está certo conosco e com nossa vida. Perdemos, também, pequenas e normais experiências do cotidiano, como o sorriso de alguém ou um pôr do sol, que são perfeitos e podem nos direcionar para uma vida mais satisfatória e gratificante.”

Para que esse quadro se modifique, há mindfullness sendo ensinado na escola: “Nós começamos a oferecer a atenção plena às crianças e elas realmente passaram a valorizar momentos de quietude e silêncio, em um mundo que é frenético, em que estamos preocupados em nos ocupar ou alcançar alguma coisa. Essa geração pode até ser o primeiro passo na direção certa para valorizar a consciência do momento presente em detrimento dessa frenética vida multitarefa de hoje”.


Exercício: Andar atento Um dos exercícios recomendados no livro de Sarah Silverton é o caminhar sob atenção plena, que nos faz relaxar e melhorar nossa consciência corporal. O exercício pede que, de pé, concentremos nosso foco nos pés e em seus movimentos ao caminhar, lentamente. Depois, pede que observemos como o corpo desloca seu peso de um pé para o outro, expandindo a percepção em relação aos pés para outras partes do corpo. É preciso explorar todas as sensações, portanto, é melhor que fiquemos descalços. Esse ciclo deve ser repetido, bem devagar, enquanto caminhamos em círculos em um ambiente que não seja propício a acidentes, caso haja perda de equilíbrio (normal no caminhar lento e suave).

O mais importante, recomenda o livro, é não deixar a mente vagar, devemos pensar estritamente naquilo que cada movimento nos proporciona, no que acontece no ambiente e em nosso corpo, deixando a respiração marcar o tempo dos passos, alternando a velocidade da caminhada. Uma evolução desse exercício seria, de repente, correr com a atenção plena. Embora o exercício pareça não ter conexão nenhuma com complexos obstáculos que se impõem em nosso dia a dia, ele tem, na verdade, muita relação com nosso sucesso contra eles. E isso pode ser percebido logo no início da prática da atenção plena. “Os estágios iniciais da prática nos ajudam a desenvolver a nossa concentração e a capacidade de nos concentrarmos sob um foco mais claro e sustentado. Isso nos permite enxergar nossas experiências claramente como elas são no momento presente, aprofundando nossa percepção de nós mesmos e de nossos hábitos de corpo e mente”, explica Sarah Silverton. (Matéria minha publicada na revista Coach Yourself ed. 1)


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